FALANDO UM POUCO SOBRE RADIOATIVIDADE

    Quando se fala de radioatividade, logo se vem a cabeça algo danoso ao ser humano e o meio ambiente, não se está errado ao se pensar dessa forma, claro, se usado de má fé, até um remédio milagroso se torna um veneno e com essa propriedade não se é diferente. A radioatividade é a propriedade de alguns elementos químicos de emitir radiação, como raios alfa, beta e gama. Esta radiação é gerada pelos núcleos dos átomos, que podem ser instáveis e, como resultado, emitir essas partículas

    A radioatividade tem múltiplas aplicações importantes no cotidiano na atualidade. Uma das mais notáveis é no campo da medicina, onde os radioisótopos são utilizados para tratamentos de câncer e diagnósticos médicos, onde há uma exposição controlada a algum tipo de emissão mencionada anteriormente. Além disso, a radioatividade é utilizada na produção de energia nuclear, na datação de fósseis e rochas e na agricultura, para o controle de pragas, entre outras funcionalidades.

A radioatividade tem vantagens e desvantagens, as principais vantagens são:

• A produção de energia nuclear, considerada uma fonte de energia limpa e segura, pois não gera poluentes como dióxido de carbono e é menos propensa a desastres naturais comparado às fontes de energia convencionais.
• A radioatividade tem aplicações médicas importantes, como tratamento de câncer e diagnósticos médicos.
• A radioatividade é utilizada para datar fósseis e rochas, o que é importante para a compreensão da história geológica da Terra.

As desvantagens da radioatividade incluem:

• A exposição prolongada à radiação pode causar danos à saúde, os casos mais comuns incluem câncer e outras doenças.
• O problema sobre o armazenamento de resíduos radioativos, sem uma forma adequada de armazenamento ou reciclagem, podem continuar a emitir radiação por milhares de anos.
• Os acidentes nucleares, como o de Chernobyl e Fukushima, têm causado danos significativos à saúde e ao meio ambiente, embora sejam raros ainda acontecem, e quando ocorrem os danos são estrondosos.
• O uso da radioatividade para fins militares, como armas nucleares, representa uma ameaça à segurança global, onde cidades como Hiroshima e Nagasaki experimentaram na "pele" o terror nuclear.
• Os países e comunidades podem ser prejudicados pelas instalações de produção de energia nuclear e pelo armazenamento de resíduos radioativos, devido às questões de segurança e impacto ambiental.

Como a radioatividade é aplicada nos alimentos?

    É assustador se pensar que alimentos possam ser expostos a radiação, isso poderia causa algum problema ao se alimentar do mesmo?

    A radioatividade é aplicada nos alimentos principalmente para fins de conservação e esterilização. A radiação ionizante, como os raios gama e os elétrons, é utilizada para matar bactérias, fungos e outros micro-organismos presentes nos alimentos, aumentando a sua vida útil e reduzindo o risco de contaminação. Essa técnica é conhecida como esterilização por radiação. Além disso, a radiação também é utilizada para controlar pragas em frutas, legumes e cereais, impedindo a reprodução de insetos e outros organismos que podem danificar os alimentos. Isso ajuda a prolongar a vida útil dos alimentos e a reduzir a necessidade de pesticidas.

    É importante mencionar que a radiação usada para esses fins é geralmente de baixa dose e não causa danos significativos à qualidade nutricional dos alimentos, mas existe limites estabelecidos pelas organizações regulamentadoras. Além disso um alimento que sofre irradiação não se torna radioativo, apenas átomos instáveis farão esse processo, então consumir este tipo de alimento é totalmente seguro.

O que é meia-vida na radioatividade

    No exame para diagnosticar problemas de tireoide, como câncer, usa-se um indicador de um isotopo rádio-ativo do iodo, mas esse elemento ficará no organismo do paciência para sempre, afetando o individuo? a resposta é não, graças ao período de semi-desintegração ou meia-vida.

    A meia-vida é um conceito importantíssimo na radioatividade que se refere ao tempo necessário para que a metade de um determinado material radioativo se desintegre. Em outras palavras, é o tempo necessário para que a quantidade de um material radioativo se reduza pela metade. Por exemplo, se uma amostra de material radioativo tem uma meia-vida de 100 anos, isso significa que, após 100 anos, metade da amostra original terá se desintegrado. Depois de mais 100 anos, metade do que restou também terá se desintegrado, e assim por diante. A meia-vida de um material radioativo é uma característica intrínseca do núcleo do átomo e é independente da dose e da forma como o material é usado, ou seja, independente de quanto houver de uma amostra de um isotopo radioativo, sua meia vida não se altera. O tempo de meia-vida varia amplamente entre os diferentes tipos de núcleos radioativos e pode ser medido experimentalmente.

    A meia-vida é importante porque ela determina a taxa de desintegração de um material radioativo e, portanto, a dose de radiação emitida. Como a meia-vida dos materiais radioativos é geralmente longa, a radiação emitida continua a diminuir ao longo do tempo. Isso é importante para o gerenciamento de resíduos radioativos e para avaliar os riscos para a saúde associados à exposição a materiais radioativos.

Como a meia-vida é usada na medicina e no tratamento de doenças

    A meia-vida é usada na medicina para entender como os medicamentos se desintegram e são eliminados do corpo. Ela representa o tempo necessário para que a concentração de um medicamento seja reduzida pela metade. Isso é importante porque diferentes medicamentos têm meia-vidas diferentes, o que afeta a maneira como eles devem ser administrados e dosados. Por exemplo, um medicamento com uma meia-vida curta precisará ser tomado com mais frequência do que um medicamento com uma meia-vida longa. Além disso, a meia-vida também é importante para entender como os medicamentos interagem com outros medicamentos e como eles podem afetar os níveis de outros medicamentos no sangue.

O que esperar da radioatividade no futuro

    A radioatividade é uma propriedade nuclear excepcional, sendo até mesmo transformada em forma de energia que tem aplicações tanto benéficas quanto prejudiciais. A utilização da energia nuclear para gerar eletricidade, como falado anteriormente, é uma das aplicações benéficas da radioatividade, mas os acidentes nucleares e o armazenamento de resíduos radioativos são exemplos prejudiciais e com solução ainda fora do alcance, o que vem a prejudicar a eficacia do processo, claro que ainda há esperança quando se fala em fusão nuclear, mas isso é outro tema pra um próximo momento. No futuro, espera-se que a tecnologia de geração de energia nuclear seja continuamente desenvolvida e aprimorada, com o objetivo de torná-la mais segura e menos propensa a acidentes.

    Em medicina, o campo de aplicação da radioatividade é amplamente diversificado e tende a se ampliar ainda mais, e como já mencionado essa propriedade é utilizada em tratamentos como a radioterapia, onde os pacientes são tratados com radiação ionizante para destruir células cancerígenas. No futuro, espera-se que a tecnologia de medicina nuclear continue a evoluir e a se tornar mais precisa e personalizada, permitindo tratamentos mais eficazes e menos invasivos para o paciente, que tende a sofrer muito efeitos colaterais. De forma geral, a radioatividade é uma forma de energia que tem aplicações importantes, deve-se usar com cuidado e com medidas de segurança adequadas, eficientes e que venha a beneficiar a humanidade sem causar danos à saúde ou ao meio ambiente.